Lá vai o trem com o menino Lá vai a vida a rodar Lá vai ciranda e destino Cidade noite a girar Lá vai o trem sem destino Pro dia novo encontrar Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo mar Cantando pela serra do luar Correndo entre as estrelas a voar No ar, no ar, no ar…
Tô bem de baixo prá poder subir Tô bem de cima prá poder cair Tô dividindo prá poder sobrar Desperdiçando prá poder faltar Devagarinho prá poder caber Bem de leve prá não perdoar Tô estudando prá saber ignorar Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando Prá te confundir Eu tô te confundindo Prá te esclarecer Tô iluminado Prá poder cegar Tô ficando cego Prá poder guiar
Suavemente prá poder rasgar Olho fechado prá te ver melhor Com alegria prá poder chorar Desesperado prá ter paciência Carinhoso prá poder ferir Lentamente prá não atrasar Atrás da vida prá poder morrer Eu tô me despedindo prá poder voltar
Você tem que dar, tem que dar O que prometeu meu bem Mande o meu anel que de volta Eu lhe mando o seu também Mande a carta em que eu dizia O amor não tem fim Que eu lhe mando outra explicando tim tim por tim tim
Você tem que devolver O que era meu, bem meu Mande meu retrato e ponha outro em seu lugar Morreu um rei, salve o rei que vai chegar Não sei sofrer, não sei chorar Eu sei me conformar
Sorriu pra mim Não disse nada porém Fez um jeitinho De quem quer voltar Dançava com alguém Que me roubou seu amor Agora é tarde demais Não sofro mais essa dor É tarde, é tarde Arranjei um novo amor
Só danço samba Só danço samba Vai, vai, vai, vai, vai Só danço samba Só danço samba Vai
Já dancei o twist até demais Mas não sei, me cansei Do calipso, ao chá chá chá Só danço samba Só danço samba Vai, vai, vai, vai, vai Só danço samba Só danço samba Vai
Teu mal é comentar o passado Ninguém precisa saber Do que houve entre nós dois O peixe é pro fundo das redes, Segredo é pra quatro paredes
Não deixe que males pequeninos Venham transtornar o nosso destino O peixe é pro fundo das redes, Segredo é pra quatro paredes Primeiro é preciso julgar pra depois condenar
Quando o infortúnio nos bater à porta E o amor nos foge pela janela A felicidade para nós está morta E não se pode viver sem ela Para o nosso mal não há remédio, coração Ninguém tem culpa da nossa desunião
Se é tarde me perdoa Mas eu não sabia que você sabia Que a vida é tão boa Se é tarde, me perdoa Eu cheguei mentindo Eu cheguei partindo Eu cheguei à toa Se é tarde, me perdoa Trago desencantos De amores tantos pela madrugada Se é tarde me perdoa Vinha só cansado
Deixa que o meu samba Sabe tudo sem você Não acredito que o meu samba Só dependa de você A dor é minha em mim doeu A culpa é sua o samba é meu Então não vamos mais brigar Saudade fez um samba em seu lugar
Ai, ai que saudade eu tenho da Bahia Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia “Bem, não vá deixar a sua mãe aflita A gente faz o que o coração dita Mas esse mundo é feito de maldade e ilusão” Ai, se eu escutasse hoje não sofria Ai, esta saudade dentro do meu peito Ai, se ter saudade é ter algum defeito Eu pelo menos, mereço o direito De ter alguém com quem eu possa me confessar Ponha-se no meu lugar E veja como sofre um homem infeliz Que teve que desabafar Dizendo a todo mundo o que ninguém diz Vejam que situação E vejam como sofre um pobre coração Pobre de quem acredita Na glória e no dinheiro para ser feliz
Ai Quanto querer Cabe em meu coração Ai Me faz sofrer Faz que me mata E se não mata, fere
Vai Sem me dizer Na casa da paixão Sai Quando bem quer Traz uma praga E me afaga a pele
Crescei, luar Pra iluminar as trevas Fundas da paixão Eu quis lutar Contra o poder do amor Caí nos pés do vencedor Para ser o serviçal De um samurai Mas eu tô tão feliz! Dizem que o amor atrai
Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim, Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho Nada do que não era antes quando não somos Mutantes
E foste um difícil começo Afasta o que não conheço E quem vem de outro sonho feliz de cidade Aprende depressa a chamar-te de realidade Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas Da força da grana que ergue e destrói coisas belas Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba Mais possível novo quilombo de Zumbi E os Novos Baianos passeiam na tua garoa E novos baianos te podem curtir numa boa
Minha alma canta Vejo o Rio de Janeiro Estou morrendo de saudades Rio, céu, mar Praia sem fim Rio, você foi feito prá mim Cristo Redentor Braços abertos sobre a Guanabara Este samba é só porque Rio, eu gosto de você A morena vai sambar Seu corpo todo balançar Rio de sol, de céu, de mar Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão Copacabana, Copacabana
Cristo Redentor Braços abertos sobre a Guanabara Este samba é só porque Rio, eu gosto de você A morena vai sambar Seu corpo todo balançar Rio de sol, de céu, de mar Água brilhando, olha a pista chegando E vamos nós Pousar
Você viu só que amor nunca vi coisa assim E passou nem parou mas olhou só pra mim Se voltar vou atrás vou pedir vou falar Vou dizer que o amor foi feitinho pra dar Olha é como o verão, quente o coração Salta de repente para ver a menina que vem
Ela vem sempre tem esse mar no olhar E vai ver tem que ser nunca tem quem amar Hoje sim diz que sim já cansei de esperar Nem parei nem dormi só pensando em me dar Peço mas você não vem bem Deixo então falo só digo ao céu mas você vem